09\01\09
De que adiante eu dizer que ninguém tomará o teu lugar, sendo que nunca houve um lugar, de que adianta matar ou alimentar um sentimento que nem existe, de que adianta acreditar se nunca houve esperança, de que adianta?
As solas dos sapatos gastas e cansadas deste chão, a flor solitária que nasce no asfalto, no fundo eu devia saber, que eu seria apenas mais uma, é isso o que se ganha por deixar seu coração ganhar, é este sol que te queima que traz um novo dia, desperdice o tempo até que um dia ele irá desperdiça-lo, e quando entre paredes não houver portas, olhe pra cima e terás um teto...
Essa coisa que acontece, ainda não consegui dar um nome, mas não está fazendo sentido pra mim, o ciúmes que eu não sentia, a paixão que começou a nascer está me dando medo, não achei que fosse possivel porque sei exatamente como não deixar acontecer, mas todas as vezes que quis brigar, e te chutar da minha vida, você me olhava com aqueles olhos sacanas, conflitos que terminaram na cama, sem maciez, nem dureza, enquanto eu finjo estar satisfeita com a situação, você finge estar no controle... Nossa sinceridade cheia de fingimento, não há mentiras, talvez algumas ilusões, mas a verdade é a pior parte, não, eu não o mandarei embora, não cometerei o mesmo erro pela milésima vez, não direi também que doerá menos, talvez seja o mesmo efeito, mas não estará em mim a possibilidade de restaurar algo quebrado...
Talvez eu tenha me tornado uma amante egoísta, uma cínica errante, uma flor solitária arrancada do campo...
Talvez eu não saiba o que é melhor para as pessoas, sendo que talvez eu nem saiba o que é melhor pra mim, então preciso freiar essa mania de destinar um melhor caminho as pessoas que queiram andar sobre brasas, nem todos desejam um caminho de pétalas, maníaca obscessiva, talvez meu caminho torto seja o motivo das pessoas não desviarem de mim, as decisões deviam ser deles, quando eu disse que não...
A verdade é que recebi tudo de volta o que realmente me pertencia, porém eu nunca os pertenci e é por isso que nunca voltei atrás, talvez eu não pertença a este mundo, talvez eu nunca pertença à nada...
Meu rosto começa perder a vontade de sorrir pro mundo, as pessoas sempre acham que você quer algo delas, ou querem arrancar algo de você, eu quero acreditar, mas está dificil, eu quero amar como se ninguém nunca tivesse me machucado, mas acho que não tem como, eu queria esquecer que as pessoas que eu sempre tratei com respeito e admiração, em um momento, por qualquer motivo, tentaram me roubar a confiança ou o beijo, tentaram jogar comigo um jogo do qual sei bem as regras, e não há como alguém não perder. Eu não quero mais jogar, eu não preciso jogar, eu não preciso machucar ninguém, nem a mim mesma, parem de fazer minha cabeça sã girar, as coisas não deviam ser tão complicadas. Eu não sinto necessidade de mentir, mas sei quando mentem pra mim, eu não sou falsa, sou sincera até demais, se abra pra mim, prometo que jamais o machucaria...
Como alguém que raramente acredita em alguém quer que as outras pessoas confiem nela, como dá pra ver eu também não faço sentido algum, mas não me importo, pois assim estou em paz comigo mesma... Mesmo com medo, olhando nos olhos de alguém, eu sei a hora em que posso soltar as mãos e me jogar...
Fugirei de teus olhos como alguém que segura uma vela tende a fugir da tempestade...
Não eu não quero ver a verdade, e se houver algo de errado eu também não quero ver, porque tudo o que quero é segurar a sua mão enquanto a chuva não passa, não importando que você não esteje aqui da próxima vez, ou que você vá embora logo depois, tudo o que quero é aproveitar enquanto posso sustenta-lo aqui, todo dinheiro que eu ganhar nessa vida não comprará outro minuto com você, e sou minha certeza quando me vejo em teus olhos, talvez eu não queira falar serio com você, já notou como isso pode ficar sem graça? eu não quero perder teu encanto, isso é o que fez de você quem é, e não qualquer outro, então não deixe meu encanto morrer, porque prefiro ser qualquer uma do que apenas mais uma... Deixa pra lá, devo estar variando outra vez...
Milene Maureen
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