terça-feira, 7 de junho de 2011

FOLHAS DE GENTE...


as vezes devemos aceitar que o vento passa pela gente...
que a gente o sente... mas que ele também já está indo...
precisamos deixar e, mais que isso, aceitar que a brisa, toda a brisa é passageira...
que a gente não vai poder guardar isso num pote de vidro pra ficar admirando...
que isso não tem a menor graça...
e que isso não satisfaz.... e nem deixa que outro vento passe...
o vento que leva, é o mesmo que traz...
a gente joga coisas terríveis ao vento, amaldiçoa as passagens e duvida dos caminhos... mas eu sei também que a gente admira quando esse vento passa pela gente num dia quente, trazendo vida ao corpo dormente...
e a gente tem certeza de que há vida, e que há muito o que viver nesse pouco tempo que temos...
somos folhas secas de outono, daquelas que cai no jardim, e que quando pára de fazer pose em cima das árvores, enfeita o chão... e olhe só!!! novamente o vento vem, a fazer redemoinho de pessoas secas, ou de folhas de gente!!!
e novamente há vida... há caminho... há sorrisos... e há beleza!!!
quer sim quer não somos arrastados... sem direito de escolha... as vezes isso te irrita, mas as vezes, isso é o que te salva...
e você sente por não poder guardar esse tempo, esse vento, esse sentimento só pra sí, dói quando ele passa mais rápido do que quando chegou... e a surpresa é ainda maior quando permanece mais do que uma brisa rápida... é as folhas secas podem dançar envolto ao seu corpo...
mas você nunca sabe quando ou quem as impedirá de dançar...
e as vezes tudo o que você pode fazer é aceitar que a valsa cessou...
mas é época de se aquecer, pois o vento vem sempre com mais força...
mais voraz... e você precisa de abrigo, de coração, de mente sã e de um vinho regado a poesias... das flores de brancas... e precisa sobreviver ao frio, que ecoa nos vazios...
mas não se preocupe em breve as flores amarelas, nascem outra vez, e as pessoas folhas desabrocham nas laranjeiras, e seguem assim... por vezes calor e chuva, por vezes frio e sol, por vezes tempestades e redemoinhos...
mas há certeza de que há vida pra viver... e o mínimo que você pode fazer é deixar que o vento passe por você em paz, e feliz por ter vida pra sentí-lo... sem sentir-se culpado se ele já estiver de partida outra vez...

Milene Maureen

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