quarta-feira, 30 de novembro de 2011

loucura ou sorrisos?

Estou sendo consumida, em meio à este ar sufocante, aos tons cinzas dos fins de tarde, com cara de fim...
Só quando a Lua nasce é que sei que não é o fim, e algo aqui por dentro desejou várias vezes que fosse...
Aí me toma uma certa calma, que não sei da onde vem, e nem pra onde vai, não é minha porque não permanesse tempo suficiente pra todas as horas, mas ela é precisa nas horas ociosas, nas horas em que é preciso.
Isso me dói na alma, me aquieta o espírito, me agonia o ventre, desperta o sal dos olhos...
Isso mé corroe as juntas, me prensa o estômago e pressiona o coração contra as costas...
E eu pouco posso fazer... Sim, eu me mantenho sorrindo, quando me é de verdade, me mantenho focada, acreditada... Mas quanto tempo isso pode durar?
Quanto tempo aguento sem respirar? Pouco tempo, mas é um pouco tempo que demora à passar!
Não me lembro de estar sempre respirando, mas me lembro sempre quando o ar me falta!
Quando foi que os dias começaram a passar corridos, e tão doidos em seu despertar e tão apagados perto da hora de deitar?
E cada dia um amasso novo pra coleção de hematomas, algumas cicatrizes já não me incomodam mais, mas os ralados ainda ardem...
Na verdade eu estou contando pelas coisas boas... Mas sabe que não é fácil, pois é como uma garagem lotada de tranquerias e poeiras, pra vc achar algo que preste requer que você procure muito, talvez requeira que você de desfaça das tralhas, talvez ainda faça com que você precise limpar tudo com alcóol 70%, ou que você atire fogo em tudo...
As vezes não dá pra distinguir as tralhas e troços daquilo que tem algum valor, no fim tudo é a mesma coisa, porque afinal são tudo coisas... Coisas não tem valor, as pessoas tem, e são elas que atribuem algum valor às coisas... No final, pessoas não sabem atribuir o valor certo à tudo... à nada...
Olho minha vida de fora, estou em uma constante introspecção que está me torturando enquanto obviamente me mostra os caminhos, e todas as respostas, e eu, que sempre achei que encontraria paz com as respostas, me enganei, queria nunca ter questionado certas coisas... Não preciso do entendimento pra ser feliz, só preciso de felicidade pra ser feliz!
Eu vi as peças se encaixando, e quase completei o quebra-cabeças, eu acreditei que tudo daria certo, acreditei em feliz pra sempre, acreditei que ia ficar tudo bem... Eu estranhei, mas só agradeci, e agradeci e agradeci com lágrimas nos olhos, esse medo lazarento que me fazia chorar até pelo que era bom, se eu não agradeci o suficiente me perdoe, mas também não vou reclamar agora...
Perto do fim, descobri que estava é incompleto, não achei as peças que faltavam, e de repente as peças que eu tinha não se encaixavam mais, e eu não sabia o que desenhar nos vazios, pra ver se de algum modo tudo voltasse a fazer sentido... A vontade é de pegar as peças que sobraram e atear sem dó à esta chama que também me queima!
Me pergunto sim se mereço, e acredito no propósito maior ao qual tudo isso vai servir, mas isso só vai fazer sentido pra mim quando de novo estiver tudo bem... Esqueça tudo que eu pedi, as lágrimas que derrubei por coisas menos valiosas, não tenho ambições tão grandes, aliás não tão fúteis, grandes elas são, mas são lindas... E lindas é tudo que elas são...
Não estou frustrada, tem pessoas tão lindas perto de mim agora, que invés de sugar minha energia, me abastecem com sua luz... E eu me perguntando se eu mereço...
O problema de perder o ar é que sei que nem isso vai me fazer parar de respirar... De súbito isso não mata... Mas te mata um pouco todos os dias... E eu ainda não sei, e nem vou questionar, porque ainda não consigo parar de sorrir...
A verdade é que eu sei em algum lugar aqui dentro de mim que a tristeza nunca dura, assim como a felicidade, e que a gente transita entre as duas o tempo todo, e que é fácil se entregar à somente uma delas e fingir que a outra não existe, a questão é que tudo isso coexiste em mim, e estou ciente disso, sei administrá-las e convivo, vivo, bem assim! E me acho muito bem resolvida nesse ponto, à ponto de ser uma idiota com as pessoas que ainda não aprenderam a se entender, principalmente com as que não tentam...
Mas em contra-partida tenho muita paciencia com as mesmas, minha repúdia é do tamanho do meu apreço, e sigo assim sem sentido, oferecendo abrigo a quem me quer roubar o lar... Até porque eu sei, que ninguém pode me tomar nada que é essencialmente meu...
Assim como sei que poucas coisas são essencialmente minhas... Nem tenho essa pretensão de ter tantas... Dizem: poucas e boas! E assim faz bem, e assim está muito bem!
Enlouquecer ou sorrir? Eis a questão!
Um beijo da Louca Sorridente! E assim faz bem, e assim está muito bem!
Sorte que eu nunca achei que de fato seria tudo fácil... Mas eu cheguei quase a acreditar...
Talvez eu ainda só deva contar pelas coisas boas, já que as ruins virão de toda forma...
Seria um modo de viver mais leve e sofrer menos, se frustrar menos, de iludir menos e acreditar mais...
O dia em que eu deixar de acreditar, ou me conformar de algo, acredite já estarei morta, e pra isso nem meu coração precisa parar de bater!

Milene Maureen

Nenhum comentário: