sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Perturbada. Não perturbe!

Vim segurando minhas próprias mãos no trajeto de volta ao lar, mas não as reconheci sendo minhas...
Aquelas mãos delgadas, geladas e ossudas... sem sentido, sem calor, eram qualquer coisa, menos minhas...
Eu vinha e ia, fora e dentro de mim, sem saber como parar, sem saber no que pensar, ou o que entender, até agora não sei...
Vieram todos os entendimentos do mundo juntos de uma só vez, eu não vou saber falar sobre, não vou saber explicar o que entendi, o que fez sentido. Mas agora estou com medo, porque foi o que pedi... Talvez a idéia seja essa mesma, de eu não conseguir explicar, mas sei que sei, e isso é tudo o que sei dizer...
Estou perturbada, com uma coisa palpitando aqui dentro, hoje o sono não vem tão cedo, tenho vontade de escrever sem parar, sem cessar, sem interrupções...
Quero me embriagar de algo forte, como não tenho nada, tomarei um chá sem açucar, eu queria um cigarro, mas como não tenho acendi tres incensos de uma só vez, e cada um de um aroma diferente...
Tem algo reinando em mim, tomando conta do meu ser, alguma energia, algum entendimento maior, e eu me sinto compromissada à isso, como se eu tivésse recebido uma missão, ou tivésse recebido uma proposta...
E enfim repenso minha sanidade mental...
Oh Lord, não estou entendendo aonde tenho que chegar, ou sequer o que está havendo...
Estou sendo consumida... estou sentindo fome, sede, euforia, inquietação e por fim, nenhum vazio! E isso é o mais estranho, nenhum vazio, sensação de perguntas respondidas, de página virada, de coisa alguma...
Estou preenchida, sei disso, e estou buscando de fora mais e mais...
Estou numa ânsia por devorar coisas, sentimentos, pessoas...
Não quero conversar, nem prestar atenção, nem pensar duas vezes...
Quero apertar, forte, até sangrar...
Estou no lugar errado, mais tarde vou sair pra ver as luzes de perto!
É lá onde mora toda a inspiração...
É lá que meu vento me espera sempre, soprando o mais forte e gelado o possível...
É lá, um lugar pra me encontrar, não que eu esteja perdida, mas lá sempre me encontro em paz, ainda que triste ou feliz, tanto faz, é lá que a minha alma repousa desse corpo cansado e dessa mente exausta de pensamentos borbulhantes...
Eu preciso sair pra ver esse céu avermelhado, ou vou sufocar aqui dentro entre essas paredes brancas e sem graça alguma! Mas ainda não, mais um pouco, guarde um pouco de leito, preste atenção e você saberá a hora exata de ir ao encontro...
Esta na hora de apenas sentir...

Milene Maureen

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